Dados do Trabalho

Título

POSICIONAMENTO CIRURGICO: RISCO DE LESOES EM PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA CARDIACA.

Introdução

A cirurgia cardíaca é considerada de grande porte e complexa, sendo capaz de provocar alterações importantes nos mecanismos fisiológicos do paciente 1. Estudos apontam que caso o posicionamento cirúrgico do paciente seja realizado de maneira inadequada, pode acarretar impactos negativos em diversos sistemas corporais e provocar complicações como lesões de pele, dor musculoesquelética, deslocamento de articulações, danos a nervos periféricos e síndrome compartimental 2.
Desse modo, é necessário compreender fatores individuais inerentes aos aspectos fisiológicos e psicológicos que incluem o conforto a determinada posição, associada aos fatores operatórios que correspondem às características da cirurgia 3.
Nessa perspectiva, foi criada a Escala de Avaliação de Risco para o Desenvolvimento de Lesões Decorrentes do Posicionamento Cirúrgico (ELPO), com o objetivo de prevenir e minimizar os possíveis danos ao paciente submetido à cirurgia 2.

Objetivo

Evidenciar o risco para o desenvolvimento de lesões decorrentes do posicionamento cirúrgico em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas.

Método

Trata-se de um estudo observacional, analítico com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada no centro cirúrgico de um Hospital Universitário, no período de maio de 2022 a agosto de 2022. A amostra foi selecionada por conveniência e constituída por 10 pacientes em período pré-operatório imediato de cirurgia cardíaca eletiva. Este estudo faz parte de uma pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética, sob o parecer 4.138.113, respeitando a resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados

Dentre os participantes da pesquisa, 60% eram do sexo feminino e 40% do sexo masculino, com idade entre 46 a 73 anos. Observou-se que 100% dos pacientes apresentavam comorbidades, com foco na hipertensão arterial em 90% da amostra. Com relação ao procedimento cirúrgico, 70% referia-se a revascularização do miocárdio, 10% a troca de valva, 10% a troca de valva mitral e revascularização e 10% a troca de eletrodos do marcapasso. Identificou-se que 100% foram submetidos a posição supina, sendo 90% em posição anatômica dos membros, 90% dos casos obtiveram tempo de cirurgia maior que 02 até 04 horas, 70% foram submetidos a anestesia geral e 100% utilizaram como superfície de suporte o colchão da mesa cirúrgica de espuma (convencional) + coxins feitos de campo de algodão. Quanto ao risco para o desenvolvimento de lesões decorrente do posicionamento cirúrgico, identificou-se escore médio de 18 pontos, com mínima de 16 e máxima de 20 pontos.

Conclusões

Os resultados deste estudo evidenciaram que 60% dos participantes apresentaram baixo risco para o desenvolvimento de lesão decorrente do posicionamento cirúrgico, no entanto, 40% dos participantes apresentaram alto risco, referindo-se a 30% com escore de 20 pontos e 10% com escore de 19 pontos. Isso significa que a escala permite a identificação de pacientes com risco de desenvolvimento de lesões, auxilia na tomada de decisão para os cuidados específicos a cada paciente durante o seu posicionamento e melhora a assistência da enfermagem perioperatória, oferecendo maior segurança ao paciente cirúrgico.

Palavras-chave

Posicionamento do paciente; Enfermagem perioperatória; Cirurgia cardíaca; Medição de risco; Ferimentos e lesões.

Referências

1. Beccaria LM, Cesarino CB, Werneck AL, Correio NCG, Correio KSS, Correio MNM. Complicações pós-operatórias em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em hospital de ensino. Arq Ciênc Saúde [Internet]. 2015 [citado 14 Jul 2023]; 22 (3): 37-41. Disponível em: http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/216.
2. Association of Perioperative Registered Nurses. Guideline sumary: positiong the patient. AORN Journal [Internet]. 2017 [citado 14 Jul 2023]; 106 (3). Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.aorn.2017.07.006.
3. Lopes CMM. Escala de avaliação de risco para o desenvolvimento de lesões decorrentes do posicionamento cirúrgico: construção e validação [tese doutorado]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2013. 130 p. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-21052014-184456/publico/CamilaMendoncadeMoraesLopes.pdf.