Dados do Trabalho
Título
PREPARO DA PELE DE PACIENTES CIRÚRGICOS – A TRICOTOMIA É REALIZADA CONFORME AS DIRETRIZES?
Introdução
Dentre as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde destacam-se as Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC), complicações que acometem cerca de 3 a 20% dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. A fim de prevenir e minimizar estes índices, devem ser implantadas medidas de prevenção baseadas em evidências científicas durante o período perioperatório, e dentre estes podemos citar os cuidados a serem realizados para o correto preparo da pele do paciente, que envolve o banho pré-operatório, degermação e antissepsia no local programado para a incisão cirúrgica e tricotomia. Esta deve ser realizada apenas em casos específicos, no lugar e momento adequado e ainda com materiais específicos, pois este procedimento se não realizado corretamente pode causar micro lesões na pele, e subsequente infecção primária do tecido.
Objetivo
Identificar se a tricotomia em pacientes cirúrgicos é realizada conforme as diretrizes estabelecidas.
Método
Estudo quantitativo, descritivo transversal realizada em um Centro Cirúrgico de uma Instituição de Saúde do Sudoeste Goiano. Durante um período de fevereiro a abril de 2023, através de uma amostra de conveniência, foram selecionadas todas as cirúrgicas gastrointestinais realizadas, para observação direta da maneira que as tricotomias foram realizadas, e os dados foram anotados em um instrumento elaborado pelos autores. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética, sob CAAE: 64750222.3.0000.0187, parecer 5.783.967.
Resultados
Foram avaliadas 27 cirurgias, e em apenas 14,8% (duas colecistectomias videolaparoscópicas, uma salpingectomia + ooforectomia bilateral e uma herniorrafia umbilical) foram realizadas a tricotomia. Dentre estas em 50% dos procedimentos foi utilizada a lâmina de bisturi, 25% a gilete, e em 25% a associação de ambos. Todas as tricotomias foram realizadas na sala de cirurgia com o paciente deitado na mesa cirúrgica, momentos antes da cirurgia.
Conclusões
Através dos resultados verificou-se que a instituição segue em partes as orientações das diretrizes em relação a tricotomia. O índice das tricotomias avaliadas é baixo, e o momento da realização num período de tempo mais próximo possível da incisão, vai de encontro às orientações científicas, entretanto estas recomendam que quando realizada deve ser num ambiente externo a sala operatória, o que não aconteceu, e feita apenas com uso do tricotomizador, pois as lâminas podem aumentar o risco de uma ISC.
Palavras-chave
Procedimentos Cirúrgicos Operatórios; Tricotomia; Infecção da Ferida Cirúrgica.
Referências
1 Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.
2 SOBECC. Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para saúde. Manole, 8.ed. Barueri, 2021.
3 DE SOUZA, V, C; PEREIRA, E de F. A assistência da enfermagem na prevenção de infecção de sítio cirúrgico. Research, Society and Development, v. 11, n. 14, 2022.
Área
Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde
Categoria
Enfoque na prática
Autores
Eduarda Couto Gouvea, Marianne Fernandes Assis, Fernanda Costa Pereira, Livia Cristina de Rezende Isidoro, Pamela Manoela de Freitas Silva, Berendina Elsina Bouwman