Dados do Trabalho

Título

SOFRIMENTO MORAL, CLIMA ETICO E REUNIOES ENTRE ENFERMEIROS HOSPITALARES

Introdução

A enfermagem no seu cotidiano de trabalho vivência conflitos e a depender do seu ambiente organizacional, mostra se é possível ou não lidar com as questões éticas. Nesse meio, encontra-se o Clima Ético (CE) que se caracteriza como a percepção do enfermeiro para resolver as questões éticas no ambiente de trabalho, ou se há condições que permita se envolver com as reflexões éticas1. No entanto, quando o CE apresenta-se de forma não favorável, o enfermeiro se depara com barreiras para a tomada de decisão e pode vir vivenciar o Sofrimento Moral (SM). Entende-se como SM quando o profissional sabe o que é correto a se fazer, mas restrições instituições o impedem de seguir o percurso de ação correto2. A fim de auxiliar no processo de resolução dos problemas éticos, a comunicação eficaz entre enfermeiros, por meio de reuniões, tem-se mostrado uma estratégia eficaz.

Objetivo

Este objetiva verificar a associação entre sofrimento moral, clima ético e o fator reunião entre enfermeiros hospitalares.

Método

Trata-se de um estudo transversal e a população alvo foram 303 enfermeiros, de um hospital universitário do sul do Brasil, constituindo-se em uma amostra não-probabilística por conveniência. A coleta de dados ocorreu nos meses de abril a julho de 2019, por meio de um instrumento autopreenchível com variáveis laborais, a Escala Brasileira de Distresse Moral em Enfermeiros (EDME-Br) e o Hospital Ethical Climate Survey - Versão Brasileira (HECS-VB). Para análise, empregou-se estatística analítica por meio de Análise de Variância (ANOVA). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local, e está de acordo com os preceitos éticos propostos pela resolução 466/2012. Participaram do estudo 269 (88,8%) enfermeiros.

Resultados

Dentre os participantes, 237 (88,1%) eram do sexo feminino e com idade média de 40,6 anos (DP=8,65). Evidenciou-se que os enfermeiros que participavam de reuniões rotineiramente e quando necessário, respectivamente, percebiam de forma positiva o CE [Média 3,79 (DP=0,54); Média 3,65 (DP=0,55); p=0,24], enquanto, os que não participavam percebiam o CE negativo [Média 3,36 (DP=0,54)]. No entanto, a participação em reuniões rotineiramente e quando necessário, não obteve influência sob a intensidade [Média 3,12 (DP=1,29); Média 3,29 (DP=1,30); p=0,37] e frequência [Média 2,77 (DP=1,07); Média 2,81 (DP=1,06); p=0,13] da vivência de SM quando comparados com a intensidade [Média 3,66 (DP=0,97)] e frequência [Média 3,45 (DP=1,05)] do SM daqueles que não participavam das reuniões. Este estudo demostra que o fator reunião apresenta-se como uma estratégia eficaz para a percepção do CE positivo.

Conclusões

Entende-se que ao fortalecer a comunicação entre os enfermeiros, por meio de reuniões, poderá promover um ambiente organizacional propício para atuação moral e discussão de condutas, que irão refletir em uma assistência de qualidade.

Palavras-chave

Sofrimento moral; Clima ético; Enfermagem.

Referências

1. Jameton A. Nursing practice: the ethical issues. Prentice-Hall: Englewood Cliffs; 1984.
2. Olson LL. Hospital nurses' perceptions of the ethical climate of their work setting. Image J Nurs Sch. 1998; 30(4):345-9.

Área

Saúde do Trabalhador