Dados do Trabalho

Título

APLICABILIDADE DE PLANILHA DE PRODUTIVIDADE E INDICADORES DE GESTÃO NO CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO

Introdução

O Centro de Material e Esterilização (CME) desempenha papel complexo para garantir que os Produtos Para Saúde (PPS) sejam esterilizados e entregues com a devida qualidade, favorecendo a redução de taxas de Infecção Relacionadas a Assistência à Saúde (IRAS). O enfermeiro é responsável pelo gerenciamento e pela operacionalização de todas as etapas que interagem o processamento de PPS, além de supervisionar as atividades da equipe de enfermagem que atuam no setor.

Objetivo

Descrever a aplicabilidade de uma planilha de produtividade e indicadores de gestão no CME.

Método

Trata-se de um relato de experiência de enfermeiros gestores referente à aplicabilidade de uma planilha de produtividade e indicadores de gestão em Centro de Material e Esterilização de um Hospital de Grande Porte Universitário do Centro-Oeste. A planilha foi construída no Excel em formato auto preenchível.

Discussão e Conclusões

A planilha de produtividade e indicadores de gestão do CME é aplicada diariamente, durante os plantões diurnos e noturnos com a finalidade de mensurar a produtividade desenvolvida pela equipe de profissionais da enfermagem e copilar dados referentes aos indicadores de gestão implementados na unidade. Essa planilha é dividida para a verificação em sete etapas, sendo elas; 1ª) etapa: setor de recepção e limpeza: monitoramento da diluição de solução de limpeza, registros de testes de limpezas das ultrassônicas e termodesinfectadoras, registros de recebimento dos PPS que oferecem risco ocupacional aos colabores e monitoramento da temperatura ambiente (18 a 22º C); 2ª) etapa: setor de secagem: monitoramento da limpeza diária dos equipamentos de secagem e quantidade de ciclos realizados por meio dos equipamentos de secagem; 3ª etapa: setor inspeção e montagem: registro do teste de detecção de proteína, número de caixas cirúrgicas aguardando reposição de peças e número de caixas de videocirurgias aguardando para a montagem; 4ª etapa: setor de desinfecção: monitoramento das soluções desinfetantes, ácido peracético, hipoclorito de sódio e álcool a 70%, quanto a sua efetividade, quantidade de PPS submetidos a cada método de desinfecção e quantidade de PPS recebidos para novo processamento com data de validade ultrapassados; 5ª etapa: setor de empacotamento: produtividade por porte de empacotamento e recebimento de PPS vencidos e com violação da embalagem de empacotamento; 6ª etapa: setor de esterilização e armazenamento: monitoramento das manutenções das autoclaves de barreira (lubrificações, preventiva e corretiva), monitoramento da eficiência do processo de esterilização, resultados dos testes Bowie Dick e de indicadores biológicos (realizado na primeira carga do dia e os realizados em cargas de produtos implantáveis), número de ciclos interrompidos (decorrente de falhas na autoclave), quantidade de ciclos realizados e monitoramento da temperatura ambiente (20 e 24ºC); 7ª etapa: sumário da escala diária: quantidade dos colaborados e intercorrências habituais (atestados, faltas, licenças, folgas e restrições laborais).

Conclusões

Conclui-se que, a aplicabilidade da planilha de produtividade e indicadores de gestão do CME, proporciona segurança na atuação do enfermeiro no monitoramento dos indicadores de gestão, além de, sistematizar dos indicadores de gestão de processo, resultados e estrutura. Os dados coletados por meio da planilha permite profissionalizar a atividade do profissional enfermeiro no CME e auxilia o profissional da enfermagem na tomada de decisão e organização nos processos de trabalho.

Palavras-chaves

indicadores de gestão, enfermagem, esterilização e desinfecção.

Referências

1. SOBECC. Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico de Recuperação Anestésica Centro de Material de Esterilização. Práticas recomendadas. 8 ed. São Paulo: SOBECC; 2021.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC n°15, de 15 de março de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília. 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_2012.html
3. Cavalcante, F. M. L; Barros, L. M. O trabalho do enfermeiro no Centro de Material e Esterilização: uma revisão integrativa. Rev. SOBECC, São Paulo. 2020. Disponível em: https://revista.sobecc.org.br/sobecc/article/view/580